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Hiperconectividade pode gerar problemas como ansiedade e câncer bucal

Sete em cada 10 brasileiros acessam a internet, de acordo com a pesquisa TIC Domicílios 2018, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Outro levantamento, feito pelo We Are Social, aponta que passamos quase nove horas e meia por dia conectados em todos os nossos dispositivos – celulares, tablets, notebooks, smart TVs, etc.

Que estamos cada vez mais conectados, não restam dúvidas. O que estudos agora começam a indicar são alguns comportamentos preocupantes sobre essa hiperconexão. Um levantamento realizado entre abril de 2018 e junho de 2019 pela Hibou com dois mil brasileiros – entre 16 e 45 anos – indicou que apenas 35% deixam o celular no silencioso enquanto dormem. Além disso, 66% dos pesquisados (dois a cada três) costumam dar uma “olhadinha” no telefone durante a noite para checar notificações.

Pensa que acabou? Os dados divulgados pela Hibou ainda mostram que 91% dos brasileiros não conseguem ficar longe do celular por mais de uma hora. E 69% (sete a cada 10 pessoas) permanecem logados 24 horas por dia em ao menos metade dos aplicativos.

Estresse – A hiperconectividade vem gerando uma série de distúrbios, que muitas vezes se traduzem como causa ou consequência de problemas de saúde bucal. Um exemplo é o bruxismo, que consiste em ranger ou em apertar os dentes, o que ocorre de forma mais recorrente durante o sono. Em boa parte dos casos, o distúrbio é gerado pela ansiedade e pelo estresse, que por sua vez podem ser resultado da atenção exacerbada a cada nova notificação sonora ou visual no smartphone.

Conforme Edmilson Pelarigo, odontólogo e diretor clínico da OrthoDontic, a ansiedade e o estresse ligados à hiperconectividade geram hábitos e manias que podem resultar em problemas mais sérios. “As pessoas hoje são muito cobradas em todas as pontas, no trabalho, nos relacionamentos, etc”, afirma Pelarigo. “Pacientes que têm o hábito ansioso de ficar mordiscando o canto do lábio, em longo prazo, podem desenvolver um câncer bucal”, exemplifica.

Google – Outro reflexo curioso – mas também perigoso – da hiperconectividade é o fato de, antes de procurarem auxílio profissional, muitas pessoas buscarem “diagnósticos” na internet, em consultas com o famoso Dr. Google. Segundo dados do próprio portal de buscas, um a cada quatro brasileiros (26%) consultam o Google antes de decidirem buscar um médico ou dentista.

Na opinião de Pelarigo, esse fenômeno tem reflexos positivos e negativos para o paciente. “Hoje, a informação está no bolso. O paciente chega já falando o que tem, o que acha que o dentista tem que fazer”, comenta. “Mas, na verdade, nem todo tratamento é indicado para todas as pessoas. Às vezes, no caso daquele paciente, não dá para fazer aquele procedimento. Então, cabe ao profissional mostrar a ele se aquele tratamento é possível ou não”, finaliza o odontólogo.

Fonte: Bonde

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